Nenhum mercado de acções na Europa e nos EUA foi poupado. Na esteira dos índices asiáticos, as praças europeias na passada segunda-feira, deram um tombo de 4-6%. Wall Street limitou os danos.
O regresso foi agitado para os que negoceiam em ações. Na agenda, uma queda generalizada das bolsas em todo o planeta.
Na semana passada, os EUA e os mercados europeus deram um mergulho, registando o seu valor mais baixo em quatro anos. Na segunda-feira, deram novamente um mergulho. Em Londres o FTSE caiu 4,67%, na Alemanha, o DAX caiu 4,7%, na Suíça, o SMI perdeu 3,75%. Na Noruega, onde o índice é dominado por valores associados às matérias-primas, a queda atingiu 5,19%. Às 13h, as 300 maiores empresas europeias perderam mais de 400 biliões de euros de capitalização, calculados pela Reuters.
Wall Street acalmou acalmou as coisas, ao final da tarde. Às 19h, o Dow Jones perdia menos de 1% e o índice tecnológico, Nasdaq, recuava 0,4%.
Mas é na Ásia que as perdas são pesadas. Em Xangai ou Tóquio, fala-se agora de "pânico" e "capitulação" ou num remake da crise financeira asiática dos anos 90, depois de os mercados de ações locais terem apagado a quase totalidade dos ganhos obtidos desde o início do ano.
Qual é o problema? Segundo os jornais económicos, a causa raiz está na China. Face a estagnação económica, o governo chinês agiu em ordem a fomentar as suas exportações. Mas a desvalorização do yuan orquestrado por Pequim há dez dias, desencadeou uma reação negativa em cadeia nos mercados globais. Apesar das tentativas de explicações por parte das autoridades chinesas, a sua intervenção assustou mais do que tranquilizou. Esta intervenção foi, sobretudo, interpretada pelo planeta inteiro como a segunda economia mundial tem necessidade de ajuda para a economia não cair.
De repente, no início de uma semana cheia de indicadores económicos, as perspectivas muito sofríveis para o crescimento e procura global, vêm à superfície.
É neste cenário que as preocupações sobre a evolução da economia chinesa se intensificam, não obstante a desvalorização da moeda. O que ninguém esperava é que o tombo nas bolsas fosse semelhante ao ocorrido em 1929!
Por mais previsões dos economistas de serviço, não há certezas quanto ao futuro. Segundo a imprensa económica, resta-nos, como sempre acontece, a questão de saber qual vai ser a reacção da Reserva Federal dos EUA. Será capaz ou não de prosseguir com um aumento da taxa de juro. É esta, segundo a imprensa económica a maior interrogação que desestabiliza os investidores. E fico a pensar: o que têm a ver a taxa de juro nos EUA com a acalmia do investidores no mercado de acções chinês?
Seja lá o que for que acalma os mercados, que apareça depressa já que a coisa está a ficar feia.
Sem comentários:
Enviar um comentário