quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Terroristas islâmicos em África, Davos, Optimização Fiscal

Não há um dia sem que seja noticiado mais um atentado terrorista. É a guerra, uma guerra de outro tipo em todos os continentes, especialmente em África. 15 de Janeiro 30 mortos, incluindo um compatriota, num hotel em Ouagadougou. Mogadíscio, 21 de janeiro, pelo menos 19 mortos num restaurante. Os terroristas são radicais islâmicos. Em vez de me acostumar a estes horrores, tento entender a razão pela qual isto sucede.

Após uma busca pelos sites da web, jornais e revistas credíveis, parece ser uma realidade que a Arábia Saudita financia em África células de difusão do Wahhabismo, um Islão radical, rígido, intolerante, que aliena as mulheres e o pensamento Africano. No passado, em todos os lugares, cristãos e muçulmanos viviam em paz, respeitando-se uns aos outros. Hoje, instalou-se o ódio, lamentam muitos muçulmanos africanos que são também visados como Ocidentais. A Arábia Saudita financiou 50.000 imanes que se infiltraram em todos os lugares, até mesmo na Europa: escolas, universidades, mesquitas, clubes, etc. Basicamente, a Arábia Saudita está tentando recuperar o "delay", porque desde o século XIX, os missionários cristãos têm feito a mesma coisa, mas sem dinheiro. Um tipo de vingança islâmica... Acresce a isto a questão da pobreza gerada pela rotura da solidariedade tribal, o desemprego dos jovens, a corrupção das elites, as alterações climáticas, reunindo assim todos os ingredientes para radicalizar os mais vulneráveis. Numa reunião no Centro Internacional de Conferências de Genebra no passado dia 18 de Janeiro para discutir com a ONU e vários representantes da encíclica "Proteger a nossa casa comum” do Papa Francisco, o representante da Líbia, exclamou: "Será que o  Jesus dos cristãos não conseguia parar a corrupção? “.

Para a abertura do Fórum de Davos de 20 de Janeiro, a  ONG Oxfam ofereceu um "presente envenenado" sob a forma de uma revelação surpreendente. 1% dos mais ricos agora detêm 50,1% do património mundial e seu enriquecimento não irá beneficiar os mais pobres. Entre 2000 e 2015, a riqueza dos mais ricos aumentou de 44%... A Oxfam elenca várias razões, em que a principal se deve a um modelo económico, que é uma espécie de "fundamentalismo de mercado" que impede uma redistribuição mais justa e eficaz. A pesquisa realizada pela Oxfam num universo de 200 empresas mostra que 9 em cada 10 empresas entre os parceiros estratégicos do Fórum de Davos, estão presentes pelo menos  em um paraíso fiscal. A optimização fiscal tornou-se para as grandes companhias  uma pratica "legal" corrente, mas condenável porque priva os Estados dos países ricos e pobres de recursos essenciais para reduzir a desigualdade. A Oxfam, admite os notáveis avanços que permitiram reduzir para metade o número de pessoas que vivem abaixo do limiar da pobreza extrema, entre 1990 e 2010, mas a desigualdade aumentou em todos os países, o que impediu, no entanto, a 200 milhões de pessoas, sairem desta pobreza.

São estas desigualdades que devem ser combatidas, não os ricos. É um apelo lançado aos líderes de Davos para que eles ataquem estes obstáculos: Muitas multinacionais privam anualmente os estados, e, portanto, os cidadãos, de 100 a 200 mil milhões de dólares em receitas fiscais. Mais justiça fiscal reduziria o número de jihadistas. Um enorme desafio para os líderes africanos muitas vezes à nora.

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