quinta-feira, 23 de junho de 2016

How to keep your team on your side



Quando no Outono do ano passado, os gestores de topo da Air France, anunciaram um plano para cortar 2 900 postos de trabalho, 3% do total, sabiam que a decisão seria impopular. Mas talvez não tenham percebido o quanto impopular. Naquela noite, dezenas de trabalhadores invadiram a sala de conferências do conselho da empresa, rasgaram e deitaram fora as camisas dos gestores, alguns dos quais, de peito nu, treparam desesperadamente sobre uma vedação de arame para escapar da multidão.

Este desastroso episódio contrasta com eventos na Twitter naquela altura. O recém-nomeado CEO, Jack Dorsey, um dos fundadores, comunicou que teria de cortar 335 postos de trabalho, 8% do total. Também anunciou em simultâneo que dava um terço de das suas próprias acções da Twitter, no valor de 200 milhões de dólares, para a pool de capital dos funcionários. Não se seguiram motins, e os cortes tornaram-se uma notícia do passado.

A arte de implementar medidas impopulares está em encontrar um equilíbrio, e dominar esta arte pode tornar-se uma necessidade para mais gestores, durante 2016. As empresas americanas cortaram mais empregos no que vai de 2016, do que no mesmo ponto em qualquer ano desde 2009, segundo empresa de recolocação Challenger Gray & Christmas. Com os mercados estagnados, os investidores estão a ficar impacientes com a eventualidade das empresas não gerarem o retorno esperado. Decisões impopulares como importantes cortes de postos de trabalho, podem paralisar um negócio, mas o medo não deve impedir os decisores de tomar medidas e ficar pelo caminho aquilo que deve ser feito. 

Alguns gestores de topo americanos, resolveram este dilema.

Pedindo ajuda:

Quando o CEO, Dropbox Drew Houston eliminou ou reduziu várias regalias dos empregados no início deste ano, ele sarou a ferida ao admitir falhas de gestão, como a compra de uma estátua cara do símbolo da empresa, um panda. Pediu também aos funcionários para "identificar outras maneiras para poupar na Dropbox " e partilhá-las com a gestão. Jack Welch foi profundamente impopular nos seus primórdios como CEO da General Electric no  início na década de 1980, quando cortou mais de 1000.000 postos de trabalho. No entanto, consegui envolver os funcionários através de suas célebres sessões (Workout Sessions) onde o pessoal apresentava ideias para eliminar tarefas inúteis.

Compromisso pessoal:

O co-fundador e co-CEO da Whole Foods, John Mackey recebe um salário de um dólar por ano. Assim, a sua prosperidade sobe e desce da mesma forma que as ações da empresa. Quando o desempenho da empresa é mau, e o obriga tomar decisões drásticas e impopulares, os colaboradores e accionistas sabem que ele sofre também as consequências.

As pessoas querem ser lideradas:

Mesmo quando os seguidores estão infelizes, eles estão dispostos a tolerar decisões impopulares que façam parte de um plano forte, claro e que eles entendem. Lou Gerstner, o CEO que resgatou IBM na década de 1990, precisava de anos para conquistar os funcionários e alguns investidores. Mas deram-lhe uma oportunidade porque perceberam que só através duma ação corajosa se poderia levar novamente a empresa para a sua antiga grandeza.

A boa notícia é que decisões medíocres podem muitas vezes ser corrigidas. Os líderes da Air France perceberam que tinham posto em causa o equilíbrio, e levado longe de mais os efeitos da impopularidade. Reduziram então os cortes planeados em dois terços. As acções subiram desde então 16%.

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