Há uns anos atrás, as empresas americanas que queriam investir na China, tinham que fazer um enorme trabalho de casa. Muitas tiveram que contratar técnicos para validarem os seus potenciais investimentos.
Um técnico podia ter que conduzir horas através de zonas de ninguém até ao interior da Mongólia, o longínquo norte da China, para estar seguro que uma operação mineira existia mesmo. Outros escondiam-se, literalmente, em bosques para contar os camiões que saiam e entravam numa fábrica, ou para contar o número de árvores que uma empresa de madeiras possuía.
Hoje em dia, as empresas têm ao dispor uma solução mais bastante simples para a monitorização dos seus investimentos, através da fotografia feita a partir do espaço.
As imagens de satélite contêm uma valiosa informação acerca da evolução do negócio, e qual pode ser o crescimento da economia de um determinado País.
Por exemplo, um Hedge Fund, interessado em investir numa mina chinesa, pode usar as imagens de satélite para avaliar a quantidade de minério realmente extraída. Através da análise das mudanças produzidas num determinado intervalo de tempo os analistas pode avaliar a intensidade da actividade na mina. Nas imagens reproduzidas abaixo, tiradas por satélites propriedade da Planet Labs, podem-se observar as alterações numa mina de ouro no norte da China, entre Setembro e Outubro. A mina está mais profunda na imagem captada em Outubro.
25 de Setembro 2014
25 de Outubro 2014
Analistas estão agora a usar imagens de satélites para examinar as luzes acesas numa cidade da India, o mercado negro na Coreia do Norte, quanta gente está a fazer compras no Home Depot. As imagens de satélite estão cada vez mais disponíveis, o que revoluciona o modo como as companhias monitorizam os seus negócios ou os da concorrência. Isto gera uma preocupação geral sobre as questões relacionadas com a privacidade.
Uma empresa situada em Palo Alto, a Orbital Insight, esteve a vigiar os automóveis que entravam e saíam dos parques de estacionamento das maiores lojas das cadeias de retalhistas dos EUA, com vista a estimar o volume de vendas de cada uma delas. O último trabalho da Orbital Insight, permitiu concluir que a Home Depot está mais ocupada que a Lowe’s. Também demonstrou que a Chipotle está a tornar-se mais popular - talvez devido à sua última campanha publicitária, onde se anuncia que a cadeia de restaurantes, deixou de utilizar alimentos geneticamente modificados.
Uma empresa situada em Palo Alto, a Orbital Insight, esteve a vigiar os automóveis que entravam e saíam dos parques de estacionamento das maiores lojas das cadeias de retalhistas dos EUA, com vista a estimar o volume de vendas de cada uma delas. O último trabalho da Orbital Insight, permitiu concluir que a Home Depot está mais ocupada que a Lowe’s. Também demonstrou que a Chipotle está a tornar-se mais popular - talvez devido à sua última campanha publicitária, onde se anuncia que a cadeia de restaurantes, deixou de utilizar alimentos geneticamente modificados.
Para gerar estas análises, Orbital Insight recorre aos seus analistas que através das imagens de satélites trabalhadas nos seus computadores, criando uma termografia, e clicando em cada carro, ensinam o seu computador a identificar carros nas imagens. A companhia usa então estas termografias para prever as vendas de Chipotle e de outras cadeias.
Estes são apenas algumas das maneiras, em que as imagens de satélite estão a ser utilizadas pelas empresas para detectar padrões na economia global. Através das imagens de satélite, os analistas e os seus programas de computadores são capazes de monitorar os carregamentos de petróleo e gás, observar os edifícios enquanto são construídos, ver comboios e camiões que entram e saem das fábricas, e até mesmo estimar o numero de plantas em crescimento num campo.
Na imagem abaixo pode ver-se uma aquacultura em Hanja Ri, na Coreia do Sul. Algas em filas intricadas são cultivadas nas águas protegidas do estreito de Myeongnyang.
Copyright Planet Labs Inc
E aqui na imagem de baixo, vê-se o Ivanpah Solar Electric Generation System na Califórnia, que usa milhares de espelhos para focar a luz do Sol numa caldeira sustentada a 140 metros acima do deserto de Mojave. O vapor sobreaquecido faz trabalhar as turbinas para produzir energia.
Copyright Planet Labs Inc.
Usar as imagens de satélite para medir a economia é uma actividade muito recente. Há poucos anos atrás, as imagens de satélite estavam restringidas a funcionários do estado com funções de segurança, mas una nova frota de satélites comerciais que foram lançados em orbita, alteraram esta situação. Um grupo hi-tech de empresas start-up está a construir satélites substancialmente mais pequenos e baratos que os produzidos no passado.
Durante a “guerra fria” as imagens de satélite eram usadas apenas pelos estados. A partir dos anos 90 e 2000, começaram a ser utilizadas por grandes companhias para o comércio de utilidades e informação financeira (financial intelligence). Nos dias que correm, esta actividade está a entrar no mundo comercial.
Esta nova rede de satélites, alguns do tamanho de uma caixa de sapatos, baixaram o custo de tirar fotografias a partir do espaço. As designadas “constelações” de satélites", são capazes num espaço de uma hora ou duas tirar uma foto num determinado local por uma centena de dólares.
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