sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Porque sou monárquico

Quando as pessoas que me conhecem sabem que me considero monárquico, ficam surpreendidas. Isso é compreensível, pois há pouco na minha vida que possa sugerir sentimentos monárquicos. Eu não tenho na família ascendência real ou aristocrática. As minhas convicções políticas estão no campo liberal. Todavia, sou monárquico. 

Eu acredito que para na maioria dos países a monarquia constitucional, é a melhor forma de governação, com um chefe de estado hereditário e um chefe de governo eleito. Suponho que será possível para qualquer um questionar as monarquias do passado e não advogar a continuação oficial das dinastias no presente. Mas não é o meu caso. 

Desde o 25 de Abril todos os ocupantes eleitos do Palácio de Belém não me satisfizeram, em particular este último. Desde que me tornei consciente da política, não houve um presidente que eu sentisse como um símbolo do meu país, e que poderia admirar como um padrão do patriotismo não-partidário. É essencialmente por isto, a minha opção pela monarquia constitucional. 

Todos os países necessitam de um líder de Estado que o represente, que garanta a independência nacional, a unidade do Estado e o regular funcionamento das instituições democráticas, bem como de decisores políticos. No entanto, parece-me que não é possível que um líder eleito (ou seja, um político) represente verdadeiramente todo o povo de seu país, já que, inevitavelmente, uma parte significativa dele vai ser favorecido por pertencer ao(s) partido(s) que o elegeram. opondo-se aos que não votaram nele. 

É por isso que eu acho que a pessoa que acolhe os líderes que nos visitam, viaja para o exterior para representar o país, homenageia cidadãos ilustres, e fala em momentos de preocupação nacional e celebração, não deve ser a mesma pessoa que tem levantado grandes somas de dinheiro para as eleições, é obrigado a criticar outros políticos, e, por definição, deve tomar decisões controversas. 

A monarquia hereditária destituída do poder político é a maneira mais fácil de ter à frente do Estado alguém apolítico. Com poucas excepções, os monarcas europeus do século XX têm entendido isso muito bem e cumpriram as suas tarefas de forma admirável.

Os críticos da monarquia muitas vezes queixam-se de que a monarquia é um sistema antidemocrático. Mas, na Europa Ocidental, a monarquia constitucional não criou obstáculos às  agendas democráticas, mesmo socialistas. 

Nas democracias, repúblicas ou monarquias, é a opinião das pessoas e as decisões de seus líderes eleitos que determinam o clima político de um país. É verdade que numa monarquia, nenhum plebeu pode aspirar a ser rei. Mas, na prática, o cargo de presidente de uma república moderna, com seus intimidantes requisitos financeiros, pessoais e educacionais, dificilmente é aberta a todos. E, de certa forma, o republicanismo é mais exclusivo. Presidentes de repúblicas são quase sempre homens de meia-idade. Eles tendem a ser moderadamente inteligentes, moderadamente com boa aparência, moderadamente um monte de coisas. A Monarquia pelo seu lado, pode limitar o cargo de chefe de Estado a uma família, mas também abre a porta para uma ampla variedade de tipos de pessoas que, numa república podem nunca ter sido capazes de serem eleitos devido a preconceitos, e não por culpa própria. 

A chefia do Estado por Rei, por ser hereditária, não possui a ambição extraordinária e, por vezes, comportamentos antiéticos que muitas vezes definem os políticos bem sucedidos para além de seus concidadãos.

Há algo de especial e mágico, algo que as palavras não podem descrever completamente, acerca de um rei ou rainha, que um presidente nunca pode esperar poder oferecer. 


Acredito que a longa história da nossa monarquia é um gloriosos tesouro para ser valorizado, e que a monarquia seria a única ligação contínua a esse passado

2 comentários:

  1. Olá Zé, um blog... porreiro. Um dia também vou ter um, só depende de mim, sou Republicano, plebeio, ninguém me vai impedir de tal, atrevam-se!!! Mas confesso-me admirador da estética monárquica, desiludido mesmo com esta República Partidocrática apenas acessível a "culambistas" que no topo dos orgãos de soberania apenas encaixa eunucos e atarracados. Mas confesso-me convictamente republicano, e posso explicar-me com o que recentemente aconteceu ao casal Obama. Durante um jantar perceberam que o cozinheiro da gala tinha sido namorada da Michele Obama, pelo que o marido logo lhe atirou "...se não tivesses casado comigo hoje serias de certeza cozinheira." Mas a republicana Michele logo lhe cantou "...não, estás engano, ele é que seria hoje o presidente". É sempre bom sermos nós a escolher, até a mãe dos nossos filhos.

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  2. Hola José,
    Yo tengo el corazón partido en este tema. En España tenemos monarquía desde que yo era una niña. Recuerdo el día en que murió Franco como si fuera ayer. Estaba en casa con mis padres y dieron la noticia por la radio. Los niños no tuvimos colegio durante toda una semana!!! y eso, para una niña de 8 años, es algo que no olvida jamás. Una semana después comenzó la monarquía y será quizás porque la he visto desde pequeña que siempre he percibido esta institución como algo positivo para el país: los reyes son profesionales en su labor, no piensan únicamente en el corto plazo, son excelentes embajadores y resultan mucho más económicos que los presidentes de las repúblicas. Pero por otro lado el desencanto ha surgido cuando los reyes, o la familia real, se han mostrado a los ojos de todos como simples mortales. La desconexión empieza a producirse cuando esta institución, que esperamos esté dotada de una especie de halo divino y bondad absoluta, nos sorprende con demostraciones de lo menos honorables (fraudes, drogas, cacerías con finales desafortunados, etc….). Es difícil volver a ver a los reyes con cándida admiración una vez que ha comenzado el desamor. De cualquier forma, creo sinceramente que la monarquía es una institución anacrónica y que desaparecerá completamente en un horizonte temporal relativamente cercano.

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