Após o desastre nuclear de Fukushima 2011, o Japão fez uma reflexão séria sobre o investimento em energias renováveis, tornando-se um dos líderes mundiais em energia solar. Mas a nação enfrentou um problema nos seus esforços nesta direcção: a falta de terra adequada.
Numa solução promissora, o país está a voltar-se para unidades de produção de energia solar flutuantes, offshore. Arrancaram já dois grandes sistemas com esta concepção, na cidade de Kato, segundo a Quartz. Os sistemas são constituídos por de cerca de 9,000 painéis solares sobre um leito de polietileno, totalmente à prova de água.
De acordo com a Kyocera, o fabricante de equipamentos electrónicos que desenvolveu os sistemas solares flutuantes, as duas novas centrais de cidade de Kato, deverão gerar 3.300 MWh anualmente, fornecendo energia suficiente para abastecer cerca de 920 casas. A empresa esteve também esteve por detrás da iniciativa da instalação flutuante solar, a leste de Tóquio, que é ainda maior, alimentando quase 5.000 lares.
Estas "mega-plataformas" têm uma série de benefícios em comparação com as instalações solares tradicionais erguidas em terra. A revista Wire referia que estas novas plataformas de aproveitamento da energia solar, são mais eficientes, devido ao efeito de arrefecimento da água por debaixo do sistema. Além disso, a sombra produzida pelas centrais ajuda a reduzir a evaporação da água bem como o crescimento de algas.
Existem também algumas preocupações, por exemplo, de como as estruturas serão capazes de resistir a desastres naturais. De acordo com a National Geographic, no entanto, os sistemas foram concebidos para suportar ventos de furacão com velocidades até 190 Km/h conforme testes realizados no Laboratório aeroespacial de Onera, em França. Além disso, os sistemas têm sido descritos como à prova de sismo. Acresce que também que o custo de instalação e exploração podem ser superiores aos sistemas solares tradicionais.
Ainda assim, Kyocera argumenta que as ilhas flutuantes podem desempenhar um papel determinante em ajudar Japão em cumprir a sua meta de atingir 100 por cento de energias renováveis até o ano de 2040.
Ichiro Ikeda, um porta-voz da Kyocera, disse à National Geographic que "[O] país tem muitos reservatórios para fins agrícolas e de controlo de enchentes" e "Há um grande potencial na realização de geração de energia solar nessas superfícies de água.”
O Japão não é o único país investir nestas “ilhas" solares. Estão também no pipe-line projectos na Índia, Austrália, Grã-Bretanha, Brasil.
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