quinta-feira, 25 de junho de 2015

O governo grego já capitulou?

Em menos de uma semana, a Grécia de Alexix Tsipras deverá pagar 1,6 mil milhões de euros ao FMI para evitar a banca rota. As negociações estão no limite entre Atenas e os seus credores. A cópia apresentada na passada segunda-feira não satisfez a Troika que tratou de a emendar profundamente como mostrou o Financial Times. E como não se refaz, a Troika repete os mesmo erros. Digo isto, já que os anteriores governos de esquerda e direita aplicaram as medidas preconizadas pelo trio, e os resultados são desastrosos. 

Fala-se muito em questões ideológicas, mas eu estou pessoalmente convencido que os macro-economistas daquelas instituições, acreditam que a seguir a um choque austeritário que ponha as contas públicas em ordem, a economia tem condições para crescer de forma sadia. Ora na Grécia as medidas passadas do papel à prática não atingiram aquele propósito quanto às contas públicas e destruiram a economia. A Grécia vive agora das receitas do turismo e pouco mais. Como dizia Lobo Xavier na última Quadratura, pode-se verter enormes somas de dinheiro para a Grécia, que o país não sai da profunda crise, já que a economia grega já era frágil antes da crise das dívidas soberanas, e agora é quase inexistente.

Não obstante as declarações dos governantes europeus de que se vai no sentido de um acordo, o caminho é ainda longo, como prova o documento oficial das negociações, publicado pelo Financial Times, acima referido, que foi devolvido ao governo grego, após correcções pela ex-Troika. Os leitores do texto constataram que as correcções efectuadas a vermelho, de uma forma professoral, vão todas no mesmo sentido. Mais esforços e a preocupação constante de salvar as empresas de impostos suplementares. Aqui vai uma selecção das propostas de maiores reajustamentos:
  • A Troika limita o IVA reduzido aos medicamentos e não ao conjunto dos tratamentos médicos.
  • Sempre mais esforços? Enquanto o governo se propõe reduzir o budget das forças armadas em 200 milhões, é reclamado uma redução de 400 euros.
  • Do lado das despesas, a proposta de passar de 26 a 29% o imposto sobre as empresas, não é apreciada pela ex-Troika, que considera os 28% suficientes.
  • No mesmo espírito, o imposto excepcional para 2015 de 15% sobre os lucros que excedam 0,5 milhões de euros, foi simplesmente riscado.
  • Quanto às propostas sobre a reforma do sistema de pensões, estas foram quase re-escritas de A a Z.

Sem comentários:

Enviar um comentário