segunda-feira, 13 de julho de 2015

Goodfellas

Dos actuais dirigentes que gerem os destinos da Europa, escolhi cinco, pelas trapalhadas em que estão, ou estiveram envolvidos. É com esta gente que temos que lidar, para mal dos nossos pecados. É já um lugar comum que nos faltam estadistas na Europa, mas não há dúvida que estamos a ser governados, com raras excepções, por pessoas sem estofo para os actuais desafios da Europa.


Christine Lagarde a directora geral do FMI é alvo de uma investigação formal pela justiça francesa. A antiga Ministra das Finanças do Presidente Sarkozy, é suspeita de “negligência” no que se refere ao pagamento 400 milhões de euros pelo Estado Francês a Bernard Tapie, para fechar um acordo após uma longa litigância com o Crédit Lyonnais, banco estatal que colapsou no início da década de 90, depois de um conjunto de empréstimos feitos sem o rigor necessário nas avaliações de risco. 

Este acordo, feito em 2008, foi feito menos de um ano depois de Tapie dar um forte suporte à campanha de Sarcozy para as presidenciais de 2007. No sistema judicial Francês, ser colocado sob investigação formal, significa que a justiça acredita que foi cometido um crime, que de acordo com a lei a pena máxima pode ser de um ano de prisão.


Jean-Claude Juncker, ex-ministro das Finanças e primeiro ministro do Luxemburgo esteve também envolvido num escândalo, com esquemas de benefícios fiscais a empresas multinacionais, fora do quadro legal do seu País. Foram beneficiadas empresas como a Shire, Icap, Disney, Reckit & Benckiser, Skype e as indústrias Koch. O império Koch é o segundo maior negócio privado nos EUA e é controlado por irmãos Koch que financiam as campanhas políticas do Partido Republicano.

Em entrevista ao jornal de esquerda Francês Libération afirmou:  “Subjectively speaking, I’ve nothing to blame myself for any more than others have, and I should add that European governments have said nothing following these articles. But, objectively speaking, I am weakened because LuxLeaks suggests that I took part in operations that did not follow basic ethical and moral rules. There are many doubts in the minds of numerous Europeans and I’m profoundly sad about that,”

Não obstante, conseguiu o voto de confiança do Parlamento Europeu para Presidente da Comissão.

Este escândalo levou a que vários líderes europeus pedissem um maior avanço na harmonização fiscal na UE.


No ano 2000, Wolfgang Schaeuble, o líder da União Democrata Cristã (CDU), renunciou de seus cargos de liderança após um escândalo de financiamento de campanha eleitoral. Depois de alguma hesitação, Wolfgang  Schäuble, admitiu ter aceite 100.000 marcos (51.130 €) de contribuições em dinheiro para o partido, de um lobista alemão-canadiano ligado ao negócio das armas. 

A partida de Schaeuble foi saudada pelos empresários alemães, como um passo para que os Democratas Cristãos ganhassem uma voz no debate sobre a reformas económicas. "A renúncia de Schaeuble é um gesto generoso, porque ele não estava entre os principais perpetradores", disse Hans-Olaf Henkel, presidente da Federação Alemã da Indústria, ou BDI, e um crítico ferrenho do chanceler Schroeder. "Isso abre o caminho para uma oposição mais forte. Eles não podem deixar o papel da oposição apenas ao BDI.”

Este escândalo, abriu o caminho para Angela Merkel chegar a chanceler da Alemanha.


Ainda na senda dos finaciamentos ilegais a partidos políticos, em Espanha após recolher o testemunho de dezenas de pessoas, entre empresários e dirigentes do Partido Popular, um juiz chegou à conclusão que pelo menos uma parte do conteúdo dos papeis do tesoureiro do PP, estava certo, e portanto, a formação conservadora financiou-se ilegalmente durante 20 anos. O tesoureiro do PP, Barcenas, afirmou que o PP recebeu, por baixo da mesa, entre 1990 e 2009, mais de 8 milhões de euros em donativos ilegais. Este dinheiro serviu, segundo o registo de pagamentos, para pagar extra-salários aos dirigentes do PP, Mariano Rajoy e Rodrigo Rato entre outros.


O ministro das Finanças holandês alterou a sua biografia oficial retirando um MBA na Universidade de Cork na Irlanda.

A biografia de Jeroen Dijsselbloem, ministro das Finanças da Holanda e presidente do Eurogrupo, está publicada nos sites oficiais da internet das instituições europeias, incluindo o Banco Europeu de Investimento. Aquela referia inicialmente um MBA na Universidade de Cork (UCC).

Entretanto, Dijsselbloem nunca obteve um diploma na UCC, já que não existe tal pós-graduação em Cork, tendo a sua biografia que ser alterada para: "did business economics research towards a master's degree at the University College Cork.” Dijsselbloem só passou um par de meses na UCC realizando pesquisas no campo do "Food Business”.

Consultando a página do governo Holandês, pode-se constatar que o MBA foi substituído pela frase “did business economics research towards a master's degree at the University College Cork.”

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