terça-feira, 7 de julho de 2015

O dia seguinte na Grécia

A votação de domingo na Grécia - com mais de 60% dos votantes a dizer "não" aos credores europeus - significa que foi cruzada uma linha. As probabilidades da Grécia eventualmente sair do euro passaram de algo menos de 50% para algo mais do que 50%.

Os mercados estão, como resultado, quase em pânico. Para entender a causa dê uma olhada neste gráfico elaborado por Peter Vanham do Fórum Econômico Mundial, que mostra como os detentores da dívida da Grécia mudaram nos últimos três anos. Os governos europeus, o FMI e o BCE possuem agora três quartos da dívida, e eles podem criar todo o dinheiro que precisam para cobri-la. Isso significa que esta crise não é, realmente em tudo uma crise económica - é política.

Excepto na Grécia. Lá, os efeitos económicos são muito reais. Os bancos terão de permanecer fechados até que o BCE forneca mais crédito - o que é improvável, na ausência de um acordo - ou os gregos encontrarem algum tipo de alternativa para o euro - um proto-dracma. Um tempo muito confuso e doloroso pela frente, independentemente do resultado.

Ah, sim, o ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, demitiu-se. Isto é uma boa novidade para o mundo, mas uma coisa má para os jornalistas. Varoufakis tem sido a fonte de irritação interminável de ministros europeus e diversão sem fim para os escribas - creditando Marx para moldar a sua visão de mundo, comparando a União Europeia ao Hotel Califórnia, e citando Dylan Thomas para descrever a política grega. "Eu causo aversão dos credores com orgulho", disse ele na sua declaração de demissão.

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