sexta-feira, 10 de julho de 2015

Reduz-se a diferença nos custos de fabricação graças ao "fracking" (*)




Até que ponto o boom do fracking ( *processo de injecção de um líquido a alta pressão nas rochas subterrâneas, para forçar a abertura das fissuras e extrair petróleo e gás) é uma boa notícia para a manufactura nos EUA? De acordo com a Boston Consulting Group (BCG) graças à abundância de petróleo e gás natural nos EUA os custos de energia caíram abruptamente, e os preços da eletricidade para a indústria situam-se 30 a 50% mais baixos que os dos outros principais países exportadores. Em resultado desta nova realidade a BCG calcula que o custo médio de produção é agora apenas de 5% superior ao da China.

Com esta pequena diferença, os fabricantes estão menos motivados à deslocalização das suas produções para a China, refere a BCG. Esta consultora prevê que os custos de produção nos EUA sejam inferiores aos da China em 2018.


A electricidade produzida em Portugal no ano passado, com origem nos derivados do petróleo e gás natural tiverem um peso de 12%. Sines e Pego que gastam carvão, contribuíram com 22%. Como a grande fatia do bolo são renováveis, com a hídrica à cabeça, a redução do preço do petróleo para metade, não teve efeito nos preços. 

De acordo com a minha experiência dos últimos 15 anos, a comprar energia eléctrica EE para a indústria, em Portugal a EE sobe se o petróleo subir de preço e este mantêm-se se o preço do petróleo baixar. 

Estamos menos dependentes do preço do petróleo do que há 10 anos, a obter mais energia a partir de fontes renováveis, e portanto o preço da EE deveria ser significativamente mais baixo do que o que praticava na última década do século passado. Assim não é porque estamos a pagar custos fixos aos operadores. Não obstante os cortes já efectuados nas rendas por o actual governo, elas ainda são excessivas, com repercussões no preço da EE e em consequência na competitividade da nossa industria.

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