segunda-feira, 16 de março de 2015

The Times They Are A-changin' for Finland



A economia da Finlândia vai encolher este ano -0,1%, (-0,2% em 2014) em consequência de uma diminuição das exportações e da desaceleração da economia Russa, o seu maior parceiro comercial, informou o banco central da Finlândia, que recomendou reformas e cortes nos gastos públicos, receita que conhecemos bem, mas aqui numa dose menos agressiva.

As projeções do banco central da Finlândia, cujas exportações e robustas finanças públicas constituíram um modelo para a Europa, apontam, agora, no sentido do seu terceiro ano consecutivo de contração económica.

Na esteira da crise, o país tem ficado para trás da taxa média de crescimento na zona do euro, o que levou a Standard & Poors em Outubro de 2014, a cortar o rating de AAA  para AA+.

O governo de coligação, que enfrenta uma eleição geral em Abril, não foi capaz de avançar com medidas destinadas a tornar a economia mais competitiva, e conter os gastos públicos de longo prazo através da reforma do sistema de saúde.

O PIB finlandês está a caminho dos níveis de 2008, após a queda das exportações em consequência da anemia económica da zona euro, os problemas da Nokia e da indústria do papel , agravados com a diminuição das exportações para a Rússia.

Nokia personifica os problemas económicos da Finlândia, uma vez que o antigo líder global do mercado em telefones móveis, foi atirado completamente para fora do negócio pelos smartphones da Apple, Samsung, Google e outros.

Sem novos motores de exportação à vista, o banco central alerta para o aumento da proporção de empregos com baixa produtividade, como é o caso do sistema de saúde.

Dediquei estas linhas à Finlândia, porque ao ler um artigo no WSJ sobre os russos que, nas zonas fronteiriças se deslocam à Finlândia para fazerem compras de produtos que escasseiam no seu país, e que os guardas fronteiriços tanto de um lado como do outro fecham os olhos, me lembrei do turista finlandês.

Um turista finlandês na Madeira tomava a sua refeição no mesmo restaurante que Pedro Passos Coelho com a sua comitiva. Alguém lhe deve ter informado de quem se tratava e o nórdico, à saída, ao passar pela mesa do nosso PM disse-lhe algo como: “Espero que não sejam os contribuintes finlandeses a pagar a sua conta”. Este episódio sucedeu em 2012.

A Finlândia com uma dívida de 56% do PIB, está longe de um resgate, e ter de pedir dinheiro emprestado, mas também a sua economia está longe dos tempos áureos de 2012…


Fontes: Financial Times e Wall Street Journal

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