Assisti algumas sessões do inquérito parlamentar ao caso BES, e para alem de algumas questões pertinentes (poucas) colocadas a Ricardo Espírito Santo, e a outros responsáveis pelo Banco, fiquei sempre com a sensação que as perguntas dos deputados eram mais formais que substantivas, não obstante a ausência de eloquência. Na interpelação a Henrique Granadeiro o alvo foi a sua gestão na PT, e das aplicações feitas no BES (grupo), saindo do âmbito da comissão, a quem compete investigar o que se passou no BES e no seu universo. Antes de formular um juízo definitivo sobre o trabalho da comissão, vou esperar pelo seu relatório.
Entretanto Francisco Seixas da Costa, no seu Blog "duas ou três coisas" escreveu o texto abaixo que corresponde que nem uma luva ao que penso sobre o tema.
"Interrogo-me seriamente sobre a utilidade da comissão parlamentar sobre o BES. Percebo que, para as senhoras e senhores deputados, que, com cara grave, afivelam as suas indignações e se esforçam por mostrar ao país (em ano eleitoral, rende) a utilidade da função que cumprem, isso possa ser tarefa útil. Mas para além do estímulo ao "voyeurisme" sobre os ex-poderosos, ali justamente humilhados, em face da evidência das suas traficâncias, e do observar do desplante e contradições sem consequências de alguns dos depoimentos, o que é que o país ganha com este exercício? Explorar as divergências entre quem, sem exceção, empochou muitos milhões que saltaram dos bolsos dos pobres investidores que agora "assaltam", com todo o direito, as agências do Novo Banco, justifica todo este alarido? Ficamos a conhecer melhor o que por aí anda no mundo das negociatas financeiras? Talvez. E depois? No que me toca, já deixei de acompanhar o exercício. Fico impacientemente à espera da Justiça, a mesma que "engaiola" com toda a facilidade um carteirista do elétrico 28 mas, aparentemente, não tem "espaço" de cela para os "megacarteiristas" de alguma banca. A mesma Justiça que, estranhamente, sobre este caso, não faz o menor "leak" para o "Correio da Manhã". Por que será? Alguém já se perguntou?"
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