Desloco-me uma vez por semana a Lisboa. Desde que a Ryanair iniciou os voos matinais para a Capital, com possibilidade de regresso ao final da tarde do mesmo dia, uso a combinação avião com o metro. É rápido e barato. Os voos custam entre os 10 e os 20€, dependendo da antecedência com que se compra o bilhete, a fava é que o matinal significa sair às 6:30 do Porto para chegar a Lisboa por volta das 7-7:15. Obriga a levantar cedinho, mas evita 3 horas de condução para lá e 3 para cá.
O metro mesmo à porta do Aeroporto, leva-nos a qualquer ponto da cidade por 1,60€, de uma forma rápida e cómoda.
Há uns meses atrás tive que alterar esta rotina, e fui para Lisboa no avião da noite, com regresso no dia seguinte ao final da tarde. Como o avião chegou com atraso por volta da meia-noite, tomei a opção de apanhar um táxi. Porque não gosto dos táxis das chegadas, dirigi-me às partidas e fiquei espantado com a quantidade de táxis aí estacionados à espera de clientes.
Levava comigo uma pequena mala de alumínio onde cabe o portátil, uma ou duas camisas, roupa interior e um dossier. Comprei-a para viagens de um a dois dias.
À minha frente tinha três filas de táxis, e taxistas fora dos seus carros em amena cavaqueira. Quando me dirigia ao grupo, um deles saiu na minha direcção, dando as boas noites e pedindo para o seguir, era ele que iria fazer o serviço. Quando se aproximou do táxi, abriu o porta bagagens e pediu-me para colocar a mala lá dentro. Disse-lhe que não, que ela iria comigo dentro do táxi. Respondeu-me que sim senhor, mas que teria que pagar a taxa para uma mala de viagem. Respondi-lhe que se tratava de uma mala de portátil, embora não tivesse esse aspecto, e portanto não haveria nada a pagar de extra. O grupo de taxistas saiu em defesa do colega, e na ausência de opções lá entrei no táxi. A viagem foi feita a discutir sobre dimensões de malas. No final, paguei a maldita da taxa e jurei nunca mais usar os táxis do aeroporto de Lisboa.
Nesta última sexta-feira, estando fora do alcance da rede de metro, utilizei pela primeira vez, o UBER, o sistema de transporte alternativo aos táxis. Foi uma excelente surpresa, com o BMW série 5 novo em folha e limpo, um motorista bem apresentado, (de gravata), educado, o rádio sintonizado na Smooth FM e por um preço equivalente aos táxis. Não obstante o tráfico intenso na segunda-circular que nos obrigou a parar várias vezes durante o percurso até ao Aeroporto, foi uma viagem agradável. No final o motorista veio abrir-me a porta e verificou se eu tinha deixado alguma coisa esquecida. Fiquei cliente!
Vou deixar de ouvir "o Pinto da Costa é que os leva bem", "isto é tudo uma cambada de ladrões", "eles querem é governar-se", "faz falta um Salazar ou vários para pôr isto tudo na ordem", " já viu estas gajas com estas mini saias, com as pernas todas à mostra a provocar o pessoal, e depois queixam-se" e outras frases do género, em simultâneo com a rádio sintonizada na rádio Loures, com os comentários dos locais sobre tudo de mau que lhes vem à cabeça.
Que saudades que vou ter dos táxis de Lisboa...
Sem comentários:
Enviar um comentário