quinta-feira, 9 de abril de 2015

Homenagem a Billie Holiday



Comecei a ouvir e a gostar de Jazz aos 17 anos, por influência de um amigo e vizinho meu. O pai dele trabalhava na BP passou uns anos nos USA. Ali teve o primeiro contacto com o Jazz, e de lá trouxe uma extensa colecção de vinis. 

Lembro-me o dia e, que o Luis com uns discos de Jazz debaixo do braço tocou à minha porta, para partilhar comigo umas horas a ouvir jazz, no novo gira-discos que o meu pai tinha acabado de comprar. 

O primeiro a girar no prato foi o The Modern Jazz Quartet Plays George Gershwin's Porgy and Bess, seguido de Time Out do The Dave Brubeck Quartet. No final falámos sobre o que acabávamos de ouvir, de uma forma muito superficial.

Consegui convencer o meu amigo a emprestar-me aqueles dois discos, com muitas recomendações e alertas da sua parte, sobre a estima que o pai tinha com os discos. Diga-se que na época, estes discos não se vendiam em Portugal. O “Take Five” quase gastou a agulha nos dias seguintes.

Nos anos setenta o Jazz, sobretudo em Lisboa, ainda era coisa quase desconhecida. Há quatro anos que José Duarte tentava aliciar os portugueses com o programa Cinco Minutos de Jazz.

Passado algum tempo, em 24 Maio de 1970 (conservo ainda o bilhete), e no âmbito dos eventos de inauguração da Fundação Gulbenkian fui assistir ao concerto do The Modern Jazz Quartet.

Daí para a frente a minha música de eleição é o Jazz, não obstante na época ter continuado a ouvir rock, que era a música da minha geração, e diariamente às 19 horas, quando entrava no ar o “Em Órbita”, a rádio estava ligada à espera das últimas novidades dos EUA e da Grã-Bretanha. 

Nessa época não ouvia jazz vocal, e o meu encontro com as vozes de Louis Armstrong e Ella Fitzgerald dá-se muito mais tarde. Um dia tomei contacto com Chet Baker, e a partir desse momento começa minha iniciação ao Jazz Vocal. Estive, no entanto muito longe de Billie Holiday, que ouvi pela primeira vez em 1979. 

Não guardo grandes recordações desta cantora, de que agora se celebram os 100 anos do seu nascimento, mas retive o tema “Fine and Mellow” do disco "Lady Sings the Blues" retirado de gravações feitas entre 1954 e 1956, acompanhada por Ben Webster e Lester Young, e que ainda hoje fazem parte de uma das minhas playlist do jazz vocal.

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