sábado, 18 de abril de 2015

Teste ao Papa Francisco


“Quem sou eu para julgar?” Perguntava o Papa Francisco dois anos atrás, quando questionado acerca de um alegado lobby gay no Vaticano. Foi uma observação de humilde sonoridade que levantava esperanças de uma mudança de atitude da Igreja Católica em relação à homossexualidade. 

Mas com o Vaticano a arrastar os sapatos na aprovação de um diplomata francês gay, talvez o pontífice argentino tenha agora dúvidas sobre seu compromisso com a liberalização de alguns dos ensinamentos da Igreja. 

Mr Stefanini, serviu na embaixada da França junto à Santa Sé entre 2001 e 2005, foi escolhido por François Hollande para o posto mais alto em janeiro.

Apesar de outras reformas, os  críticos vêem no atraso na aprovação de Laurent Stefanini como embaixador da França junto à Santa Sé uma evidência da persistente discriminação contra as pessoas homossexuais.

Pode-se aceitar que a luz verde não seja dada de imediato, uma vez que o tema da homosexualidade vai contra os ensinamentos da Igreja Católica, mas, certo é que, após a frase do Papa Francisco de há dois anos atrás, era de esperar uma decisão mais rápida.

Este parece ser o primeiro teste à nova Igreja que o Papa Francisco quer implementar. Uma igreja de proximidade, sobretudo junto dos excluídos. 

Para além de mudanças de pessoas, de um discurso muito mais moderno e aberto, da aproximação às pessoas, de que a fotografia na cantina do Vaticano é um exemplo, não creio que haja mudanças nos dogmas e ensinamentos da Igreja Católica. Mas mesmo que Francisco não consiga mudar uma Instituição completamente avessa à mudança, já obteve uma grande conquista: Sentimos que está entre nós e que entende os principais problemas do mundo moderno. 

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